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A Polícia Civil do Maranhão cumpriu nesta terça-feira (3) mandados judiciais contra um influenciador digital suspeito de liderar um esquema milionário de promoção de jogos de azar online. Pessoas e endereços ligados a ele também foram alvos da ação.

As investigações apontam que ele utilizava as redes sociais para divulgar a chamada “roleta”, uma modalidade de aposta que promete lucros rápidos, mas que, na prática, só beneficiava quem operava o sistema. O suspeito é maranhense, mas mora, atualmente, em Santa Catarina.

A ação ocorreu em três cidades: Balneário Camboriú (SC), São Luís e Vitória do Mearim (MA). Policiais civis de Santa Catarina também participaram do cumprimento dos mandados, em apoio aos policiais dos departamentos de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT) e de Combate ao Crime Organizado (DCCO), vinculados à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

Durante a Operação Jogo Desigual, como foi denominada, foram apreendidos veículos de luxo que, juntos, ultraam os R$ 10 milhões. Entre os carros, duas Lamborghinis, uma Range Rover Velar, uma BMW X6 e uma caminhonete Ford Ranger.

Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 8,5 milhões em contas bancárias e outros ativos financeiros ligados ao investigado. Em Vitória do Mearim, um dos endereços alvos da operação chamou a atenção dos investigadores. No local, não foram encontrados objetos ou documentos relevantes.

No entanto, a Polícia Civil suspeita que o imóvel era utilizado como empresa fantasma. O espaço serviria apenas para dar aparência legal às movimentações financeiras e facilitar a lavagem do dinheiro obtido com o esquema. Nos demais endereços, foram apreendidos relógios de grife e cédulas de euro.

O suspeito usava a internet para ostentar uma vida de luxo, com viagens, festas e exibição de carros importados. O objetivo era atrair seguidores e transformar parte deles em clientes do jogo ilegal.

Segundo as investigações, a propaganda enganosa se aproveitava da vulnerabilidade de pessoas em situação de pobreza, que viam nas apostas uma oportunidade de mudar de vida. Na prática, o sistema funcionava de maneira desigual, favorecendo apenas quem organizava as apostas e prejudicando financeiramente os participantes.

O nome da operação faz referência justamente a esse desequilíbrio, típico de esquemas desse tipo, enquanto poucos enriquecem, muitos acabam lesados.

As investigações continuam. A Polícia Civil trabalha agora para identificar outros possíveis envolvidos no esquema. Além da prática de jogos de azar, o principal alvo é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro.